Alienação Parental: Quando a dor da separação se torna uma ferida nos filhos
- Marilice Zanato
- 16 de jun.
- 2 min de leitura

O fim de um relacionamento nunca é simples, mas quando há filhos envolvidos, a separação exige ainda mais cuidado, maturidade e responsabilidade. Infelizmente, nem sempre isso acontece, e, em alguns casos, a dor do rompimento se transforma em um cenário ainda mais delicado: a alienação parental.
A alienação parental ocorre quando um dos genitores, ou mesmo outros familiares, influenciam negativamente a relação da criança com o outro responsável. Isso pode acontecer de forma sutil, por meio de comentários depreciativos e manipulação emocional, ou de maneira mais explícita, com impedimentos diretos ao convívio. Frases como "seu pai/mãe não liga para você", "ele(a) não te ama de verdade" ou "se você gostar dele(a), vai me magoar" são exemplos de como esse comportamento pode surgir no dia a dia.
Por trás dessa atitude, muitas vezes está um adulto ferido que projeta sua frustração na relação com o ex-parceiro, usando a criança como um instrumento de vingança ou controle. Mas é preciso lembrar: a separação acontece entre os adultos, não entre a criança e seus pais.
Os impactos da alienação parental
A criança que cresce sob esse tipo de influência pode desenvolver uma série de problemas emocionais e psicológicos, como:
Baixa autoestima e insegurança;
Sentimentos de culpa e ansiedade;
Dificuldade em estabelecer vínculos saudáveis na vida adulta;
Transtornos emocionais, como depressão e ansiedade;
Dificuldade de confiar nos próprios sentimentos e percepções.
Além disso, a alienação parental é reconhecida legalmente como um ato prejudicial à criança e pode ter consequências jurídicas para o responsável que a pratica.
Como evitar a alienação parental?
Se você está passando por um processo de separação, lembre-se de que seu filho não deve carregar o peso dos conflitos entre vocês. Algumas atitudes podem fazer toda a diferença:
✔️ Evite falar mal do outro genitor na frente da criança – Mesmo que você esteja magoado, seu filho não deve ser envolvido na sua dor.
✔️ Incentive o vínculo – Deixe claro que a criança tem o direito de amar e conviver com ambos os pais.
✔️ Não use seu filho como mensageiro – Evite fazer dele um intermediário para recados, cobranças ou desentendimentos.
✔️ Cuide das suas emoções – Se a separação ainda é uma ferida aberta, busque apoio emocional para lidar com isso sem prejudicar sua relação com o filho.
O amor de um filho não deve ser uma moeda de troca ou uma arma de disputa. Ele tem direito a crescer em um ambiente saudável, onde possa se sentir seguro para amar e se relacionar com ambos os pais.
Se você já passou por isso ou conhece alguém que está enfrentando essa situação, vale lembrar: sempre há caminhos para construir relações mais saudáveis. O respeito e o bem-estar da criança devem estar acima de qualquer ressentimento.
Marilice Everton Zanato
Psicóloga - CRP 06/80972
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