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Constelação Familiar – Sentimento de culpa por ter feito abortos

Atualizado: 13 de abr. de 2021


Este texto faz parte de uma série de textos que irá explicar um pouco como uma Constelação Familiar Individual é realizada.


Cliente me procura, pois sente grande culpa por ter feito alguns abortos no passado e acredita que está sendo punida por isso atualmente, já que está tentando engravidar e não consegue.


Explico para ela que a constelação não trabalha com a idéia de culpa.


Busco compreender a história dela, de maneira que ela me conte os detalhes do que houve no passado.


De maneira bem resumida, ela disse que se apaixonou por um rapaz na adolescência e engravidou dele, mas não podia levar essa gestação adiante, desta maneira, fez o primeiro aborto.


Algum tempo depois, com a vida refeita, acabou engravidando e teve o primeiro filho.


Depois, quando estava em processo de separação, acabou se envolvendo com um homem casado, e sabia que não poderia levar uma gravidez adiante, acabou optando por um novo aborto.


E no momento presente, está vivendo com um novo companheiro e gostaria de ter uma família ao lado dele, porém acabou engravidando e perdendo o bebê espontaneamente.


Neste caso, acabou optando por experimentar algo diferente de todas as constelações que eu já havia feito até o presente momento.


Posiciono a cliente em um lugar da sala e escolho uma outra pessoa para representar a maternidade que fica do outro lado diante dela. (Eu não conto para nenhuma das pessoas o que o segundo elemento significava).


O cliente não consegue olhar muito bem para a maternidade, e a maternidade olha ternamente para a cliente.


Escolho um primeiro elemento para representar o primeiro filho. A cliente olha com carinho e respeito. Falamos algumas frases para incluir este filho no sistema e no coração dela. Peço que ela dê um nome a esse filho que ela rapidamente responde. (A maternidade não consegue olhar para este elemento).


Escolho um segundo elemento para representar o filho que nasceu. A cliente se emociona, abraça e reverencia esse filho. (A maternidade consegue enxergar este filho e se emociona).


Escolho um terceiro elemento para representar o segundo aborto feito pela cliente. Falamos frases de reverência e escolhemos um nome para esse filho. Ela se emociona com esse movimento. (A maternidade não consegue olhar para este elemento).


Escolho um quarto elemento para representar o filho que ela perdeu espontaneamente recentemente. Ela se abaixo a abraça esse elemento, chorando copiosamente. Dizemos algumas frases de maneira que ela possa incluir esse bebê em seu coração. Neste movimento, cliente demonstra grande dificuldade para deixar que este filho siga o seu destino. Chora com grande emoção e me parece sentir culpa. Deixo novamente claro que não trabalhamos com este sentimento e busco restabelecer a ordem neste sistema. Peço para ela reverenciar essa história e dar um nome para este filho. (A maternidade não consegue olhar para este elemento).


Peço para a cliente olhar para todos os elementos da constelação, reverenciando um a um e incluindo cada um deles em sua história e em seu coração.


Peço para a maternidade olhar para os filhos, mas ela só consegue enxergar o filho que nasceu.


Movimento a maternidade para perto da cliente e peço que ela siga o movimento do corpo dela, então a maternidade abraça ternamente a cliente que chora bastante e se emociona com a força que lhe é oferecida.


Revelo no final da constelação que se tratava da maternidade.


Deixo absolutamente claro para a cliente que em nenhum momento esta constelação garantirá que ela poderá ter ou não mais filhos, e que o objetivo único dela era incluir todos em seu coração e em sua história.


Ela me pergunta se poderá dar o nome do próximo filho, um dos nomes que ela deu para os filhos que não nasceram. Eu digo que não.


Cada filho tem que ter um nome diferente, e um nome de um filho que não nasceu para um filho que nascerá poderá trazer problemas sérios para o destino deste que virá para a vida.


Encerramos a constelação.


Obs. Lembrando que a Constelação Familiar não tem intenção de curar ou “livrar” ninguém de seus problemas ou questões, ela tem por objetivo trazer a luz ao problema, e permitir que o constelado pense a respeito e tome as decisões que melhor lhe convirem a partir deste processo.

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Observação:

Todo o conteúdo deste blog é de minha autoria.

Ele tem o objetivo de informação e reflexão e não substitui o processo psicoterapêutico.
 

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