Meu primeiro paciente
Hoje eu acordei e lembrei da primeira vez que eu fui atender no consultório.
O paciente agendou o horário e me recordo de não estar acreditando muito que aquilo estava realmente acontecendo.
Combinamos o horário e eu fui para o consultório, arrumei a sala, fiquei sentadinha esperando, e o coração batendo a mil.
Por um momento hesitei e cheguei a desejar que o paciente faltasse.
Na hora agendada, a secretária me ligou avisando que ele havia chegado.
Voltei aos tempos da faculdade, e lembrei dos atendimentos, da supervisão, do que aprendi durante aquele tempo.
Paciente chegou, estava ansioso (só ele, né?) e me contou a sua história.
E eu só pensando: “Caramba, como é que eu vou ajudar com esse problema? Eu não tenho nem ideia do que é isso que ele está me contando”.
E foram cinquenta minutos de escuta e fechamos os atendimentos semanais.
Quando ele saiu da sala eu não conseguia conter minha empolgação, misturada com medo...
Será que eu seria capaz de dar conta daquela questão?
Acabei procurando supervisão, leitura, fui estudar o assunto e aprendi que a gente pode estudar profundamente, mas a relação ainda é algo muito importante no processo.
A confiança, o respeito, o carinho, a empatia, o não julgamento e a presença... tem que sempre estar presente na terapia com o seu paciente, caminhando lado a lado.
Lembrei desse momento e de outros da mesma época, e do meu sentimento do novo, do desafio, de fazer o mundo saber que eu estava aqui a disposição para ajudar quem estivesse disponível para isso.
Já são alguns anos, e senti saudades desta época, de quando tudo era novidade, tudo era um novo desafio e aprendizado.
Sou grata aquela pessoa que nunca soube, mas foi o primeiro paciente do consultório...
Acho que até virou um post #tbt, isso existe?
Marilice Everton Zanato
Psicóloga e Facilitadora de Constelação Familiar
CRP. 06/80972
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