O ciclo da violência: quando o pedido de desculpas não significa mudança

Muitas mulheres que vivem relacionamentos abusivos já ouviram frases como: "Me perdoa, eu perdi o controle", "Foi a última vez, eu prometo" ou "Eu só fiz isso porque te amo". Essas palavras podem parecer sinceras no momento, mas, na maioria das vezes, fazem parte de um padrão repetitivo e perigoso: o ciclo da violência doméstica.

Esse ciclo geralmente segue três fases:

1. Tensão – Pequenas discussões, controle excessivo e atitudes agressivas começam a surgir. A mulher pode se sentir culpada e tentar evitar conflitos.

2. Explosão – O agressor perde o controle e comete a violência, que pode ser verbal, psicológica ou física.

3. Lua de mel – O arrependimento vem com pedidos de desculpa, promessas de mudança e gestos carinhosos.

O problema é que, sem ajuda profissional e sem um rompimento real desse padrão, o ciclo sempre se repete. Com o tempo, a fase da “lua de mel” vai ficando cada vez mais curta, e a violência, mais intensa.

O nome disso é violência cíclica

Esse tipo de comportamento tem nome: ciclo da violência. E entender esse padrão é um dos primeiros passos para quebrá-lo. Ninguém merece viver com medo ou ser convencida de que deve aceitar agressões como parte de um relacionamento.

Se você está nessa situação ou conhece alguém que está, procure ajuda. A violência nunca é culpa da vítima, e sair desse ciclo pode ser desafiador, mas não é impossível. Há apoio e caminhos para uma vida segura e livre da violência.

Marilice Everton Zanato

Psicóloga - CRP 06/80972